"Uma vida não é nada. Com coragem pode ser muito" Charles Chaplin

28 novembro, 2005

Aos Nossos Mestres

Por Eduardo Macedo de Oliveira

Um dia ela apareceu em nossas vidas. Desde então, não fomos mais os mesmos; em maior ou menor grau, marcou nossa formação, aprendizado e destinos: a Escola.
Entre os seus atores, os professores, os nossos mestres. Na sua maioria, exigentes, carismáticos, competentes e sensíveis.
Ao lado da arte de ensinar, tornaram-se referências em nossas vidas. Temos um pouco de todos eles e eles um pouco de todos nós, pois aprendiam com quem estava aprendendo.
Faço uma homenagem a dois professores, em nome de todos eles.
O primeiro, o professor Irineu Siegler. No início dos anos 70, naquele bairro distante onde localizava-se a Escola Polivalente (E.E. Guiomar de Freitas Costa), o professor despertou-nos para o conhecimento da geografia, mas também para uma nova geografia das nossas vidas. Entre outros talentosos professores daquela escola, o professor Irineu destacava-se pela sabedoria, simplicidade e carisma.
Pausa. Dentre os vários problemas da educação atual, destaca-se a ausência do interesse e envolvimento do corpo docente com os seus alunos. Continua.
O professor Irineu significou naquela época uma referência para a nossa formação. Seus exemplos de vida eram grandiosos como a sua competência como professor.
Outro professor, Paulo Machado, no início dos anos 80 (Escola Promove, situado no Colégio Nossa Senhora) ensinou-nos, através da História, os caminhos para elaboração de um pensamento autônomo e crítico. A sua sabedoria estimulou dialeticamente nossas mentes. Desafiava nossas certezas, iluminava nossas incertezas, desconstruia nossas obviedades. Enfim, sua atuação gerava um movimento, a superação da inércia, indispensável para a compreensão do mundo, de suas relações e injustiças.
Após alguns anos, ambos, Irineu e Paulo, estavam lecionando na Universidade Federal de Uberlândia, onde continuaram iluminando mentes e vidas. Mestres, simplesmente, muito obrigado!

22 novembro, 2005

Declaração final de "Eixos para a Paz"

As personalidades participantes na conferência Internacional Axis for Peace subscreveram uma Declaração final, em 18 de Novembro de 2005. Duzentos dirigentes políticos, diplomatas e militares participaram nesta reunião, organizada em Bruxelas pela Rede Voltaire.

Uma coligação militar lançou-se numa exploração desenfreada dos recursos energéticos e matérias-primas. Impulsionada pelos neoconservadores, incrementou as suas depredações e renovou todas as formas de ingerência, desde a mudança de regime até ao expansionismo colonial. Viola-se permanentemente os princípios do direito internacional elaborados pelas conferências de Haya e enunciados pela Carta de S. Francisco.
Oculta as suas ambições intoxicando os meios de comunicação e enganando as instituições internacionais. Desenvolve uma política de duas medidas ao acusar, mentirosamente, os que lhe criam obstáculos ao não respeito das regras que viola. Descaracteriza o ideal democrático pretendendo servi-lo através da ocupação militar.
Para justificar as suas conquistas, cria e manipula grupos terroristas, fabrica pretextos, propaga a teoria do complot islâmico mundial e fomenta o choque entre civilizações. Arroga-se plenos poderes e empurra a humanidade para a desordem e a ruína.
Para deter este processo, fazemos um apelo de boa vontade aos membros permanentes do Conselho de Segurança. Pedimos-lhe que façam respeitar a soberania dos Estados, base do direito internacional e condição indispensável para o desenvolvimento de uma autêntica democracia. Deploramos que a França, que se tinha oposto à invasão do Iraque, se una às ameaças proferidas contra novas presas.
Saudamos a mediação da Rússia que defende a aplicação do tratado de não proliferação nuclear e a presunção de inocência nas relações internacionais. Fazemos um apelo à Assembleia Geral da ONU para que apoie os esforços da Rússia a favor do restabelecimento de um diálogo multilateral, as suas posições contra o financiamento do terrorismo, contra os dois pesos e duas medidas na política internacional e as ingerências nos assuntos internos dos Estados.
Pela nossa parte, comprometemo-nos a mobilizar a opinião pública, a partir do exemplo do que fazem já os latino-americanos, para fazer fracassar a propaganda e o ódio, e para rejeitar o projecto global de dominação e exploração.
Ainda está a tempo de se unir à luta pela Paz.
Bruxelas, 20 de Novembro de 2005

fonte: http://www.resistir.info/varios/eixos_paz.html

14 novembro, 2005

Votos de 2006

Por Eduardo Macedo de Oliveira


Estamos próximos de outra eleição. Em 2006, votaremos em candidatos para os poderes legislativo e executivo. Até lá, em razão dos atuais escândalos políticos, os futuros candidatos percorrerão uma trajetória imprevisível, repleta de desprezo, desconfiança e indignação por parte do eleitorado. Será uma incógnita.
Faz-se necessário alguma perguntas: o que motiva uma pessoa a pleitear um cargo no legislativo ou executivo? Qual dos poderes é mais sedutor? Como será o financiamento das campanhas? Os eleitores continuarão sendo seduzidos pelas promessas e armadilhas criadas pelo marqueteiros? Serão eleitos, de fato; os mais preparados e honestos? Persistirão os aluguéis de partidos (ou vice-versa)?
Enfim, surgem a cada voto, novas decepções (e incertezas). A democracia é desconstruída a cada mandato, a banalização da política a torna rasteira, acessória e estéril.
Enquanto isto, a desmobilização e refluxo das comunidades e movimentos sociais criam uma situação fértil para a hegemonia dos interesses privados em detrimento dos interesses públicos.
A autonomia entre os poderes dá lugar ao fisiologismo, à negociata, ao toma-lá-da-cá.
A crise (que tornou-se crônica) e as demandas sociais, crescentes e dramáticas, exigem uma mudança radical no trato da coisa pública. Reconfigurar o sistema político, eleitoral e partidário, torna-se uma tarefa inadiável. Paradoxalmente, governar ou legislar, tornaram-se tarefas relativamente fáceis, em razão da pulverização da capacidade de organização e mobilização daquelas camadas sociais que poderiam efetivamente pressionar os poderes na defesa de seus direitos e dignidade.
Apesar de tudo e de todos, temos que ser otimistas. A democracia em nosso país é um processo recente, comparado aos demais países. Ainda vamos ralar por muito tempo. O problema será a tolerância das futuras gerações.