"Uma vida não é nada. Com coragem pode ser muito" Charles Chaplin

19 abril, 2007

Entre pais e educadores

Por Eduardo Macedo de Oliveira

Ser pai ou mãe é um processo de eterno aprendizado, na verdade, tornamo-nos! Temos que conduzir nossos filhos de forma responsável e digna, visando para os mesmos, a construção da sua autonomia e cidadania, um pleno desenvolvimento e crescimento, a formação dos valores morais e éticos compatíveis para uma vida em sociedade. É um caminho repleto de avanços e retrocessos, perdas e ganhos, decepções e alegrias, onde variáveis inesperadas, às vezes inevitáveis e indesejáveis, rondam as nossas trajetórias de aprendizes de pais. Soma-se a complexidade e as incertezas do mundo moderno.
Dentre as fases da vida dos nossos filhos, infância, adolescência e adulta, sem dúvida, as duas primeiras são fundamentais e críticas. Nestas, qualquer lapso, omissão, ausência ou carência sejam de ordem psicológica, emocional, corporal e/ou material, trarão conseqüências e efeitos de toda ordem e espectro para a vida dos mesmos.
Uma considerável parte da vida dos nossos filhos será vivenciada nos bancos escolares. Embora indispensável, o ensino formal, seja público ou privado, tornou-se uma preocupação crescente, pois o tradicional modelo escolar não rompeu com o anacronismo, preservando uma insustentável inércia para cumprir as suas finalidades mais importantes: transmissão do saber, autonomia e cidadania, enfim, a oferta de um sistema que conduza os seus educandos para uma vida plena.
Baseado em um taylorismo insuportável, sem significado e sentido, reproduz uma pedagogia bancária (Paulo Freire) e um inútil e crônico enciclopedismo. Reféns de um modelo pedagógico e curricular baseado essencialmente na transmissão de conteúdos fragmentados e desconexos, isentos de significados para a vida dos educandos, constatamos a necessidade e urgência de uma revolução educacional.
A instituição escolar, em pleno século XXI, terá que romper com o seu conservadorismo, para que possa oportunizar aos seus aprendizes um ensino que os façam, antes de tudo, aprender a viver.
Basta, o vestibular (ou o processo seletivo [!?]) não pode mais moldar e lastrear as ações educacionais. Não faz sentido! O educador espanhol Antoni Zabala afirma “É impossível participar ativamente desta sociedade se não se dominam estratégias de análise e de ação na e para a complexidade. O ensino que herdamos compartimentou o conhecimento em áreas cada vez mais alijadas da finalidade para as quais foram criadas: de serem meios para a compreensão de algum aspecto da realidade. Essa separação em saberes estanques teve uma resposta perversa na escola ao criar um ensino baseado na aprendizagem das disciplinas como um fim em si mesmo. Quer dizer, a matemática pela matemática, a língua pela língua, a física pela física etc. A partir dessa ótica, o importante não é ser competente, e sim dispor de um "conhecimento disciplinar" [http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12116].
Vamos educadores, um pouco mais de coragem e ousadia! Nossos filhos agradecem.