"Uma vida não é nada. Com coragem pode ser muito" Charles Chaplin

19 julho, 2008

O que se espera de um bom prefeito?

Por Eduardo Macedo de Oliveira

Dia 05 de outubro está chegando. Novamente, milhões de brasileiros irão às urnas com seus sonhos, preocupações, esperanças e claro, suas desconfianças. Afinal, somos um país essencialmente urbano, e como tal, precisamos de bons administradores para que tenhamos prosperidade, equilíbrio e sociabilidade. A tarefa não é nada fácil, em especial, para cidades que contam com uma significativa população instalada.
Uma publicação mensal do “Le Monde Diplomatique Brasil”, edição nº 11 de junho de 2008, traz uma importante matéria intitulada “O que esperamos de um bom prefeito”. Discorre sobre quatro pontos que seriam indispensáveis para referenciar a escolha de um (a) prefeito (a). O primeiro, a fidelidade, se expressa essencialmente no cumprimento do programa de governo, ou seja, das promessas expressadas durante o período eleitoral.
O segundo ponto se espera ter a capacidade acumulada para conduzir o município “experiência administrativa; liderança política; bom conhecimento dos assuntos contemporâneos da cidade; equilíbrio no enfrentamento de conflitos e crises; postura de diálogo aliada a capacidade de decisão em tempo oportuno; paciência e disponibilidade para ouvir a população e os vereadores; tolerância quando à diversidade de estilo das pessoas com quem trabalha; disposição para ter presença e vigilância contínuas no município; costume de trabalhar com planejamento e em equipe; coragem de dizer não” (p.28).
O terceiro ponto, que tenha as qualidades necessárias para uma “vida política sadia”, ou seja, honestidade, transparência e distinção completa entre os recursos públicos e os interesses particulares (família, amigos), corporativos (empresas) e políticos (partidos).
O quarto ponto, que seja competente na arrecadação de recursos para tratar das demandas populares: saúde, educação, segurança, infra-estrutura, transporte e trânsito, iluminação, coleta de lixo, habitação, assistência social, lazer, cultura, entre outros, enfim aquilo que compete ou não ao município assumir constitucionalmente. É neste ponto, talvez, reside o maior desafio. Diante de um pacto federativo que penaliza a parcela das arrecadações destinadas aos municípios, qualquer prefeito (a) eleito (a) terá que se esforçar para obter recursos dos governos estadual e federal. Entes distantes que desconhecem a incansável pressão exercida aos prefeitos, pois tudo acontece nos municípios.
Como fundamento da nossa recente democracia, espera-se de um bom prefeito ou de uma boa prefeita, “que esteja à altura deste tempo atual (dos municípios), impulsionando políticas de democracia participativa e de inclusão social em seu município e tendo abertura ao novo cenários das relações internacionais das cidades, sem deixar de ter as qualidades permanentes e essenciais de um administrador público que está lá para servir ao bem comum” (idem, p.29).
Em tempo, que tenham boa saúde para enfrentar os desafios!

09 julho, 2008

V I D A

Vida

por eduardo macedo de oliveira


Nossos olhos são os espelhos

das emoções,

no caminho das conquistas

e das nossas derrotas.

O tempo passado, teimoso,

continua presente, mas ausente

em resgates inalcançáveis e

voláteis em nossas memórias.

Os dias permeiam nosso presente e torná-nos precisos

como os segundos,

segundo os nossos desejos.

Caminhamos por sentidos, na busca de algo.

Seria a felicidade?

A idade revela-nos um nascimento,

um novo segredo,

quem sabe um sentimento perdido.

Mas uma coisa é certa, a vida renasce

de outras vidas,

e no plural das nossas ações,

respiramos um desejo singular,

no mar insustentável dos nossos temores.

01 julho, 2008

Sinapses Perdidas

Por Eduardo Macedo de Oliveira



Não nos encontramos mais,

somos surdos escutando

nossas vozes que ressoam nas parabólicas

do vazio,

a cada minuto

nas sinapses perdidas dos nossos medos.




Somos um todo atomizados

na produtividade dos nossos anseios,

nos seios da miopia distante das nossas

utopias.




Subsversivos da coletividade,

catequisamos jovens sonhos,

sem horizontes.

Individualizamos as pontes das nossas

emoções sem vida,

sem sal e como tal,

nosso ensino caminha

nas salas da insensatez.




Somos superiores na distância

de nós mesmos,

somos solidários no vácuo dos

nossos olhares,

cada vez mais distantes,

e próximos do nada.