"Uma vida não é nada. Com coragem pode ser muito" Charles Chaplin

20 fevereiro, 2006

Notáveis Famílias

Por Eduardo Macedo de Oliveira

Tempo e espaço, duas dimensões vitais em nossas vidas. Ocupam, forjam e constituem nossas descobertas, sentimentos, valores e ideais.
Durante a minha infância, morava próximo ao mercado municipal. Adormecia ao som dos ensaios da banda municipal e, durante o dia, uma pracinha (Olegário Maciel c/ Cipriano Del´Fávero) tornava-se nosso reduto, nosso laboratório social. Além de especial, este lugar abrigava próximo, notáveis famílias, que nos acolhiam com carinho e receptividade. Sentíamos seguros, aprendíamos e descobríamos, com pessoas especiais, o valor da vida comunitária e solidária.
Amor, cordialidade e respeito, condições vitais, permeavam nossa convivência com as mesmas.
Dentre elas, destaco: Sr. Artur Prado e Sra. Lina, Sr. Moisés Freitas e Sra. Pazinha, Sr. Aniceto Maccheroni e Sra. Norma, Sr. Vinicius Degani, Sr. Murilo Cardoso e Sra. Luluza, Sr. Humberto (da farmácia) e Sra. Márcia, Sr. Wilson Testa e Sra. Tereza, Sr. Evandro Braga e Sra Lia., Sr. Mozart Menezes e Sra. Zezé, a família Merola, Sr. Vicente Garcia e Sra.Luzia, Sr. Fausto Gonzaga e Sra. Zélia, Sr. Osvaldo Garcia e Sra. Iza, Sr. Vitorio Caparelli e Sra. Cora Pavan, Sr. Humberto e Sra. Olívia, Sr. Antônio (vendedor de picolé), Sra. Lídia Candelot, Sr. Maurício Ribeiro e Sra. Márcia.
Educados, possuidores de uma inestimável grandeza, proporcionaram-nos um ambiente fraterno e saudável.
O que seria de nós, de nossa comunidade, senão existisse esta relação entre as famílias; núcleos e relações sociais indispensáveis e fundamentais para aquilo que chamamos de educação.
Deixo aqui, meu reconhecimento e minha singela, sincera e humilde homenagem. Muito Obrigado! Vocês foram importantes em nossa vidas.

17 fevereiro, 2006

A vingança de Gaia

Por Eduardo Macedo de Oliveira

Em 1979, o cientista inglês, James Lovelock, lançou a hipótese gaia, isto é, que o planeta se comporta como um organismo vivo. Neste mês, será lançado no Reino Unido, o seu novo livro, "A vingança de gaia". Lovelock, lamenta a nossa má sorte, pois começamos a poluir a Terra no momento em que o Sol está demasiadamente quente. A "febre gaia", segundo o cientista, o aquecimento do planeta, é uma constatação dos climatologistas espalhados pelo mundo. Não é a primeira vez que o planeta encontra-se nesta condição. Na última vez (por outra razão), sua recuperação demorou 100 mil anos.
As conseqüências são (serão) no mínimo drásticas e dramáticas. Quem sobreviver (ou adaptar ao clima infernal) verá! As mudanças climáticas ocorrem numa velocidade espantosa e, ao mesmo tempo, resta-nos pouco tempo para agirmos.
Podemos esperar muito pouco, dos Estados Unidos, China e Índia, as maiores fontes de emissão de poluentes. Um estudo Pentágono (EUA, 2004) adverte que na próxima três décadas, a mudança climática será muito mais perigosa que o terrorismo. Será uma anarquia generalizada, lembram-se das conseqüências do Katrina?
E o Brasil? Infelizmente, caminha de mãos dadas com a poluição e a devastação, em menor grau, comparado aos países desenvolvidos e/ou com taxas de crescimento elevadas, mas igualmente preocupante.
Um exemplo: o agronegócio responde por 37% das vendas brasileiras, batendo recordes de exportação. Gera divisas, empregos e crescimento econômico. Entretanto, o impacto ambiental provocado pelo mesmo é altíssimo. Qual seria o custo ambiental da expansão do agronegócio para o Brasil e a sua população?
O que importa neste modelo é a máxima obtenção de lucro no menor tempo possível. Sua lógica: maximizar os ganhos, minimizar os investimentos e encurtar no máximo os prazos, em escala mundial (nacional) sem qualquer cuidado ecológico. O motor que preside esta lógica é a feroz competição.
Seus impactos: destruição de rios, banhados, solos, matas, cerrados e florestas, a degradação da qualidade do ar e da água, a contaminação química no ambiente e nos próprios alimentos.
Um dado: 70% dos cursos de água entre o Rio Grande do Sul e a Bahia – região que concentra a maior parte da produção agrícola do país – estão contaminados por agrotóxicos e outros produtos químicos.
Afinal, o que consiste mesmo o progresso de uma país? Ser um dos maiores produtores agrícolas e, ao mesmo tempo, maior destruidor do meio ambiente, vale a pena?
Disse Leonardo Boff, "a economia desgarrou da sociedade" e pergunta: "quais são as alternativas à desintegração?".

Maria Sharapova




http://sportsillustrated.cnn.com/features/2006_swimsuit/models/06_maria_sharapova_7.html

02 fevereiro, 2006

Ao próximo prefeito

Por Eduardo Macedo de Oliveira

O ano de 2009, politicamente, está muito próximo. Até lá, Uberlândia estará próximo de 1 milhão de habitantes, e na carona, um número similar de desafios a serem enfrentados. O futuro prefeito (a futura prefeita, por que não!), independentemente de sua matriz ideológica, política e partidária, encontrará uma conjuntura pavimentada pelo novo presidente da República. Este, iniciando seu 3º ano de mandato (2007-2010). O que nos espera?
Pois bem! A cidade de Uberlândia é marcada por projetos e iniciativas ousadas, que a tornou uma referência nacional, embora persistindo uma distribuição de renda caracterizada pela amplitude de sua desigualdade.
Em 2009, um problema mal resolvido, persistirá. Refere-se à área de saúde pública. Historicamente, o Hospital Universitário (HU), e, mais recentemente, as unidades de atendimento integral (UAI´s), vêm suprindo a demanda, crescente e complexa. Atendimento de baixa, média e alta complexidade, foram partilhados entre os mesmos, concentrando os dois últimos no HU.
Creio que o sistema chegou no limite. Esquecemos, por necessidade e/ou conveniência, que o HU tem como razão primordial, o ensino, pesquisa e extensão na área médica e a formação de seus profissionais. Transformar a sua essência, precariza tanto a respectiva instituição, como também o atendimento à população. Seu financiamento, sua gestão e estatuto, à margem da prefeitura municipal, revela a complexidade da questão. Não podemos mais continuar jogando a responsabilidade para este setor da Universidade Federal de Uberlândia, que, heroicamente, vem sustentando grande parte das demandas de atendimento à saúde de nossa população e da região.
Chegou o momento! Lanço um desafio ao futuro prefeito: a criação de um hospital municipal. Sejamos portadores de uma grandeza política. Vamos resgatar a ousadia, o pioneirismo e a coragem do passado. Reconheço que os recursos disponíveis tornaram-se incompatíveis com as demandas atuais, entretanto, façamos algo de extraordinário, exatamente, em uma área que acumulou um passivo social em nossa cidade.
Um hospital municipal, com certeza, trará uma maior sustentabilidade na área de saúde pública. Retira a dependência em relação ao HU, desafogando-o e, ao mesmo tempo, transfere a responsabilidade para aquele que, de fato, deveria tê-la assumido há muito tempo. O HU deveria ter o caráter complementar. Não podemos mais jogar a responsabilidade para o mesmo. Até aqui, reitero, vem heróica e dramaticamente, sustentando o atendimento público na área de saúde em nossa cidade.
Lanço e registro, neste conceituado meio de comunicação, o meu desafio. Que Deus abençoe e ilumine as nossas lideranças. Este é o momento!