"Uma vida não é nada. Com coragem pode ser muito" Charles Chaplin

25 dezembro, 2006

Feliz 2008!

Por Eduardo Macedo de Oliveira

Prezados(as) leitores(as), desculpem-me, mas a imaginação é um exercício de libertação. Vamos lá!
Faltam poucos minutos para o primeiro dia de 2008 (uma terça-feira). Esperanças, novas perspectivas e promessas turbinam a entrada do ano novo. Passado o ano de 2007, porém, observamos virtudes, avanços e preocupações. No cenário nacional, o primeiro mandato do presidente reeleito foi marcado por um governo de coalizão, mas que tornou-se refém “daqueles” partidos políticos, antes considerados progressistas. A crise no transporte aéreo foi superada no final do primeiro semestre com a chegada de novas companhias estrangeiras e a desmilitarização do tráfego aéreo.
O risco de apagão tornou-se uma realidade, pois, apesar da necessidade de crescimento, o país mostrou-se incompetente na instalação das bases necessárias para tal, ou seja, precisávamos crescer mas não tínhamos a infra-estrutura disponível. Portos, energia, estradas, custo Brasil, entre outros, permaneceram cronicamente impeditivos. Mais uma vez, mudaram-se os atores, porém permaneceu o mesmo roteiro. Em Minas Gerais, visando 2010, Antônio Anastasia comandou o segundo choque de gestão do governo Aécio Neves.
Em 2007, motivado por uma turbulência internacional, o COPOM elevou a taxa de juros, pois ocorreu a fuga de capitais. A elevação contrariou a trajetória de queda observada em 2006.
A Amazônia continuou órfã, adotada pela ignorância, estupidez e ambição. O presidente Lula, mais prudente, atenuou as críticas à herança maldita, pois o primeiro mandato tornou-se a sua própria herança.
Mensalão e sanguessugas, viraram coisa do passado. Contudo, suas essências permaneceram nos corredores de Brasília. Os incansáveis mecenas mantiveram-se presentes e atuantes em 2007.
Os partidos políticos (e seus “políticos”) permaneceram os mesmos, partidos! Fraturaram (ou faturaram com) o país, com as mesmas cantilenas, cinismos e vícios do passado. Aprovaram o reajuste dos seus salários, mas de forma diferente daquele proposto no final de 2006. A dança dos ministérios e cargos (e posse!) das estatais continuou, porém, com uma intensidade nunca vista.
Na área educacional, permaneceu a “pedagogia do tijolo”, ou seja, as políticas educacionais voltadas, essencialmente, para a construção de escolas. A crise na educação é vista (pelos políticos e sociedade) como sinônimo de falta de vagas. Se há vagas, não existe crise. Assim sendo, os canteiros de obras andaram lado a lado com a crescente precarização, repetência e evasão escolar.
Mas estamos prestes a entrar no ano novo, chega de lamentações! Feliz 2008! Muita paz, saúde e realizações para todos. Afinal, que invenção o ano. Cortaram o tempo em fatias, industrializaram a esperança, fazendo-a funcional, disse uma vez o poeta Drummond. Temos, novamente, 12 meses para salvar-nos. Viva 2009! A imaginação nos liberta! Ops! A conta bancária também.

10 dezembro, 2006

Censo revela queda de alunos no ensino básico



Jornal Correio, 08/12/06

Censo revela queda de alunos no ensino básico


Ciclo médio teve a maior redução: 8,14% em 2005 em relação a 2004

foto: Muriel Gomes - 03/07/06 (Jornal Correio)
O ensino básico de Uberlândia perdeu alunos nos últimos anos. A informação é confirmada pelos dados preliminares do Censo Escolar 2006 que foram divulgados pelo Ministério da Educação. Apenas no ensino fundamental foram mais de seis mil matrículas a menos em 2005 em relação ao ano anterior, o que representa uma queda de 7,05%. O ensino médio apresentou a maior redução entre todas as etapas: 8,14%. A procura pela pré-escola também diminuiu, mas a oferta por creches subiu 7,10%, apesar de ainda ser muito baixo diante da demanda do Município.
A queda nas matrículas do ensino fundamental já se tornou uma tendência tanto em Uberlândia quanto no País. O Censo de 2006 registrou 81.597 alunos matriculados na cidade em 2005, enquanto que em 2004 eram 87.794. Isso se deve, sobretudo, à melhoria do fluxo escolar. A cada ano, o sistema brasileiro de ensino diminui a retenção de alunos nas séries iniciais.
As variáveis demográficas também são responsáveis pelas variações negativas identificadas pelo censo. "O número de crianças tem se reduzido consideravelmente. As famílias diminuíram a quantidade de filhos. Pais que antes tinham quatro ou cinco crianças hoje possuem apenas uma ou duas", ressalta Maria do Rosário Silva, superintendente regional de ensino. O assessor político educacional da Secretaria Municipal de Educação, Eduardo Macedo de Oliveira, tem a mesma opinião e ressalta que a base da população brasileira cresce bem menos em comparação à população mais velha. "A tendência é o envelhecimento. Em 1991, por exemplo, a população de 0 a 3 anos representava 8,13% da população total de Uberlândia. Em 2000, significava apenas 6,52%", destaca.
Ainda como base no censo de 2006, o ensino médio apresentou decréscimo das matrículas. A variação em 2005 foi de 8,14% em relação a 2004. "A evasão escolar e a entrada precoce no mercado de trabalho ajudam a gerar estes resultados", disse Eduardo Macedo. Por outro lado, a oportunidade de voltar para a escola fez com que a procura pela Educação de Jovens e Adultos (EJA) fosse cerca de 114% maior em 2005 quando comparada ao ano anterior. Essa modalidade atende à população que não completou o ensino fundamental e o ensino médio na idade correta. "Antes, eles não contavam com essa condição de estudar em um curso de pouca duração. Temos certeza que em 2007 o número de alunos do ensino noturno, por exemplo, vai diminuir", complementou Maria do Rosário.
A pré-escola, que está longe de ser universalizada no Município, é outro nível de ensino que apresentou queda, embora seja uma variação pequena: de apenas 1,38%. O quadro deve mudar com a popularização do ensino infantil e com o aumento do número de vagas oferecidas na rede pública. Na opinião de Eduardo Macedo, isso deve ocorrer com o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que vai substituir o Fundef, que financiava apenas o ensino fundamental. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Fundeb já foi aprovada na Câmara dos Deputados, bastando apenas ser regulamentada.

Cenário nacional

No Brasil, o censo escolar contabilizou 56,5 milhões de matrículas em 2005, considerando-se todas as etapas e modalidades da educação básica. Em relação a 2004, houve uma pequena queda de 0,7% no número total de matrículas. Na educação infantil houve um crescimento acentuado de 4,4% em 2005, o que indica ampliação da cobertura no atendimento escolar de 0 a 6 anos. Já no ensino fundamental a redução foi de 1,4% concentrada no primeiro segmento (1ª a 4ª série). E o no ensino médio foi de 1,5% em comparação com 2004. No EJA, o censo registrou uma redução de 1,8% nas matrículas. De acordo com informações do ministério, este decréscimo deve ser relativizado em razão do forte crescimento observado nos anos anteriores.