Calamidades e Comunicação

Por Eduardo Macedo de Oliveira

Lamentavelmente, mais uma situação de calamidade pública ocorrida em nossa cidade. Na noite do último dia 12, uma chuva curta, porém intensa e acompanhada de fortes ventos causou diversos problemas, em especial nas vias públicas.
Felizmente não houve vítimas fatais, como ocorrido em outros eventos recentes.
A somatória da crescente impermeabilização do solo urbano e fenômenos climáticos imprevisíveis transformaram as cidades em espaços perigosos e vulneráveis.
Se a chuva como a ocorrida naquele dia é conseqüência do aquecimento global, não posso afirmar. Mas a vingança da natureza é emblemática. As fotos publicadas no Jornal Correio, no dia posterior, revelam uma “vingança” justamente com aqueles que mais contribuem para as alterações climáticas: os automóveis. A emissão incontrolável de dióxido de carbono pelos automóveis constitui-se uma das principais fontes da intensificação do efeito estufa.
Mas voltando à calamidade, chamaram-me a atenção duas coisas: a ação do atual prefeito e a cobertura da Rádio Educadora do evento.
Num momento em que a política e políticos constituem-se em uma sombra institucional, numa mancha em nossa frágil e jovem democracia, é confortável e exemplar a ação do prefeito Odelmo Leão participando in loco e efetivamente das ações necessárias e urgentes diante da calamidade ocorrida. Destaca-se também, a criação de um grupo de trabalho liderado pelo mesmo, composto das autoridades competentes (defesa civil, corpo de bombeiros, entre outros) para coordenação das ações em situações adversas.
Creio que necessitaremos de um sistema de comunicação, seja de âmbito público ou privado, para que em situações de calamidade e/ou iminente perigo consiga alertar, prevenir e dar informações necessárias à população. Aqui, parabenizo a Rádio Educadora e sua equipe, pela exemplar cobertura dada diante da situação vivida no último dia 12. Com certeza, prestaram um relevante e inestimável serviço à população uberlandense. A radiodifusão é um veículo de comunicação ágil e acessível para todos. Que a ação da Rádio Educadora sirva de exemplo e alerta para as demais emissoras. A comunicação, num momento deste, é a melhor estratégia para orientação e informação, em especial, daqueles que porventura estejam trafegando em vias públicas.
Enfim, as ações das autoridades públicas têm sido efetivas, mas a população e sociedade organizada necessitam de uma urgente reflexão e conscientização dos seus deveres visando contribuir, também, para uma cidade mais segura. Por exemplo, jogar resíduos descartáveis em locais inapropriados não pode ser mais uma prática aceitável e tolerável. Ou criamos uma cidadania efetiva ou estaremos omitindo-nos e transferindo para as autoridades a solução dos problemas. A responsabilidade e participação é um dever de todos!