"Uma vida não é nada. Com coragem pode ser muito" Charles Chaplin

06 setembro, 2007

Por uma cidade educadora

Por Eduardo Macedo de Oliveira

A educação, cada vez mais é um ativo decisivo e determinante e fundamental para o fomento da cidadania. Indivíduos conscientes e educados serão a melhor garantia para que tenhamos uma mínima consistência e coerência entre crescimento e desenvolvimento, equidade e sustentabilidade. Se não houver oportunidades para todos, não teremos ordem para ninguém.
Como o sistema público de ensino atenderá as demandas do expressivo crescimento populacional de Uberlândia? Para respondê-la é necessário um olhar pelos últimos dez anos da educação pública em nossa cidade.
A partir dos anos 90, observamos uma universalização do ensino fundamental, através da adoção de um sistema de financiamento denominado FUNDEF. Durante dez anos (1997-2006), este fundo foi decisivo para a garantia do acesso aos educandos de 7 a 14 anos. Juntamente com a vinculação do percentual de aplicação previsto na Constituição de 1988, garantimos a universalização neste nível ensino. Contudo, não conseguimos a permanência e progressão dos nossos educandos. Em Uberlândia não foi diferente. Observamos a paulatina municipalização do ensino fundamental. Apesar da universalização observada neste nível e parcialmente no ensino médio, a educação infantil (zero a seis anos) permaneceu subestimada.
A crise na educação sempre foi solucionada com a oferta de vagas. Qualidade, porém, um parâmetro menosprezado. A falta de metas educacionais resultou em níveis de evasão e repetência alarmantes. A proletarização dos profissionais da educação uma regra. A universalização, paradoxalmente, ocorreu à custa da precarização do sistema educacional. Em Uberlândia, as redes estadual e municipal caminharam em sentidos opostos. A primeira estabilizou-se, o município, porém, caminhou a passos largos com um crescimento expressivo, a partir dos anos 90.
Desde então, ocorreu um descompasso entre os recursos e a crescente demanda populacional. A educação infantil permaneceu com uma taxa de atendimento inexpressiva, cabendo salientar que esta situação não é exclusiva em nosso município, mas uma realidade nacional.
Com a criação do novo fundo de financiamento da Educação Básica, FUNDEB (2007-2021), a universalização ocorrida nos anos 90 no ensino fundamental se estenderá para a educação infantil e o ensino médio.
Com efeito, será imprescindível nos próximos anos, envolver e pautar a educação junto à sociedade organizada, o foco nos resultados através de metas concretas a serem atingidas, a valorização do magistério, a melhoria na formação dos profissionais, a gestão racional dos recursos, o estabelecimento de planos decenais pactuados e baseados em princípios democráticos. Com certeza proporcionarão a qualidade e o acesso necessários aos nossos educandos transformando definitivamente Uberlândia como uma cidade educadora.

(texto publicado em especial do Jornal Correio, dia 31/08/07, por ocasião do aniversário de Uberlândia - MG, 119 anos)

Aos meus eternos alunos e amigos

Por Eduardo Macedo de Oliveira

Um professor, vários alunos e alguns anos.
Uma fórmula perfeita para uma experiência que marcará para o resto de nossas vidas.
A forma e o conteúdo das nossas relações, dia pós dia, ano pós ano, tendo como palco uma piscina, como roteiro um esporte, ensinaram-me a amar a cada um de vocês de forma singular.
A precocidade assumida no início dos anos 80, desafiadora e por que não assustadora, proporcionou-me uma doação pela incansável superação diante dos erros e fracassos, muitas vezes de forma solitária.
Naquelas piscinas e quadras encravadas no centro da cidade, conheci vários de vocês, cada um com as suas riquezas e virtudes. Aprendi (e continuo) a amá-los, apesar de severo, rigoroso e exigente.
Sim, fomos felizes naqueles anos. Mas a maior felicidade é considerá-los verdadeiros amigos. O espaço e o tempo não serão suficientes para esvaziar as nossas amizades, emoções e histórias.
Minhas convicções cimentadas pela busca da formação e educação acima de quaisquer medalhas ou resultados, fizeram-nos uma exceção diante da competividade inócua e volátil. O ser humano e as suas relações lastreavam as nossas experiências, aprendíamos mutuamente.
Aqueles anos, porém não terminaram. Uma família se formou, agora dispersa neste mundo.
Creio ter contribuído com uma parcela para as suas vidas.
Agradeço a Deus por tudo e por vocês terem sido presentes em minha vida.
Tive o privilégio de acompanhá-los num período decisivo para as suas formações.
Vamos de mãos dadas em nossas memórias. O presente e o futuro os esperam.
E lembrem-se sempre: nadar é mais!


(experiência no Uberlândia Tênis Clube, como atleta e professor - 1979-1986)