"Uma vida não é nada. Com coragem pode ser muito" Charles Chaplin

02 fevereiro, 2006

Ao próximo prefeito

Por Eduardo Macedo de Oliveira

O ano de 2009, politicamente, está muito próximo. Até lá, Uberlândia estará próximo de 1 milhão de habitantes, e na carona, um número similar de desafios a serem enfrentados. O futuro prefeito (a futura prefeita, por que não!), independentemente de sua matriz ideológica, política e partidária, encontrará uma conjuntura pavimentada pelo novo presidente da República. Este, iniciando seu 3º ano de mandato (2007-2010). O que nos espera?
Pois bem! A cidade de Uberlândia é marcada por projetos e iniciativas ousadas, que a tornou uma referência nacional, embora persistindo uma distribuição de renda caracterizada pela amplitude de sua desigualdade.
Em 2009, um problema mal resolvido, persistirá. Refere-se à área de saúde pública. Historicamente, o Hospital Universitário (HU), e, mais recentemente, as unidades de atendimento integral (UAI´s), vêm suprindo a demanda, crescente e complexa. Atendimento de baixa, média e alta complexidade, foram partilhados entre os mesmos, concentrando os dois últimos no HU.
Creio que o sistema chegou no limite. Esquecemos, por necessidade e/ou conveniência, que o HU tem como razão primordial, o ensino, pesquisa e extensão na área médica e a formação de seus profissionais. Transformar a sua essência, precariza tanto a respectiva instituição, como também o atendimento à população. Seu financiamento, sua gestão e estatuto, à margem da prefeitura municipal, revela a complexidade da questão. Não podemos mais continuar jogando a responsabilidade para este setor da Universidade Federal de Uberlândia, que, heroicamente, vem sustentando grande parte das demandas de atendimento à saúde de nossa população e da região.
Chegou o momento! Lanço um desafio ao futuro prefeito: a criação de um hospital municipal. Sejamos portadores de uma grandeza política. Vamos resgatar a ousadia, o pioneirismo e a coragem do passado. Reconheço que os recursos disponíveis tornaram-se incompatíveis com as demandas atuais, entretanto, façamos algo de extraordinário, exatamente, em uma área que acumulou um passivo social em nossa cidade.
Um hospital municipal, com certeza, trará uma maior sustentabilidade na área de saúde pública. Retira a dependência em relação ao HU, desafogando-o e, ao mesmo tempo, transfere a responsabilidade para aquele que, de fato, deveria tê-la assumido há muito tempo. O HU deveria ter o caráter complementar. Não podemos mais jogar a responsabilidade para o mesmo. Até aqui, reitero, vem heróica e dramaticamente, sustentando o atendimento público na área de saúde em nossa cidade.
Lanço e registro, neste conceituado meio de comunicação, o meu desafio. Que Deus abençoe e ilumine as nossas lideranças. Este é o momento!