"Uma vida não é nada. Com coragem pode ser muito" Charles Chaplin

20 janeiro, 2015

Renascendo

Atualizando o meu primeiro blog! Última publicação em 04/02/2010

04 fevereiro, 2010

SOS Pedestres

Por Eduardo Macedo de Oliveira


Seria sensato se todos nós andássemos com freqüência. Teríamos vários benefícios, entre eles, a melhoria da qualidade de vida e das nossas relações comunitárias, tão escassas nos dias atuais. Ao andar, nosso olhar torna-se diferente, próximo. Conhecemos espaços e pessoas de forma mais acurada, ou seja, mais humana. Seria ideal que nossas escolas e locais de trabalho fossem mais próximos. Durante a minha infância e adolescência, utilizar-se de automóvel era uma prática excepcional, e normalmente, realizada nos finais de semana.

Infelizmente, diante do crescimento acelerado da cidade, andar, isto é, tornar-se pedestre, em nossas vias públicas tornou-se uma aventura, com consequências graves, cheia de riscos e armadilhas. Diante da tirania dos automóveis, criou-se uma lógica perversa (e desumana), pois as políticas e equipamentos públicos para a mobilidade e acessibilidade das pessoas são elaboradas e implantadas tendo como foco principal o automóvel, deixando em segundo plano, os pedestres.

Avenidas e ruas têm todo aparato para o trânsito dos automóveis. Novos viadutos, semáforos, sinalizações, radares, operadores de trânsito, asfaltos, entre outros, são prometidos e inseridos neste contexto. Não faltam recursos. Fala mais alto, aqueles que se utilizam dos automóveis. Aliás, em sua maioria, formadores de opinião, que têm a caneta, o poder e a autoridade. Embora maioria, os pedestres tornam-se compulsoriamente nas vítimas silenciosas.

Desejo morar numa cidade onde os passeios fossem amplos e transitáveis, contrários aos atuais, repletos de obstáculos, desníveis e inadequações. Onde os canteiros centrais e rotatórias das vias públicas respeitassem e garantissem a travessia segura dos pedestres.

Enfim, para os automóveis, tudo. Para os pedestres (e ciclistas), nada. Enquanto isso, os mesmos se defendem como podem. Infelizmente, não vejo disposição, sensibilidade e grandeza das nossas autoridades em enxergar esta situação. Ela persiste há vários anos, transcende gestões e tornou-se, como dito anteriormente, uma lógica invisível, determinista.

Seria inadiável e urgente, que o poder legislativo e ministério público pautassem a situação dos pedestres. O legislativo, através da fiscalização e elaboração de dispositivos legais obrigando o poder executivo a respeitar as normas de acessibilidade e trânsito existentes. Aos promotores, por sua vez, cabe acompanhar este processo.

E assim caminha a humanidade, ops! Os pedestres. Continuaremos neste ritmo alucinado, poluindo, matando pessoas indefesas, reféns da total falta de sensibilidade e responsabilidade. Veículos modernos, motoristas irresponsáveis, uma fórmula hegemônica prevalecente na configuração do nosso espaço público. O ser humano? Bem, como diria o técnico Parreira, um simples detalhe. Afinal, o sistema não pode parar. Com qual finalidade, ninguém sabe. Estamos cada vez mais velozes, cada vez menos sensíveis. Neste contexto, a democracia é um espaço de ninguém porque de todos. Mas em nosso caso, um espaço de ninguém, mas não de todos. Em nosso caso, dos motoristas e seus automóveis.

Se para realizar as alterações necessárias nas vias públicas representa uma tarefa inexequível, seria necessário que pelo menos as novas e futuras vias públicas e passeios fossem feitos com o devido respeito ao ser humano. O custo não seria alto, porém o benefício imensurável.

06 novembro, 2009

luuzzz

Por Eduardo Macedo de Oliveira


a vida respira,
inspira,
e um dia expira.


somos,
tudo e nada,
sempre e nunca,
belos e feios,
todos e únicos,
retos e tortos,
leves e pedras,
razão e enganos.


somos passado e futuro,
para ter e poder,
quem sabe no presente, pode ser.


mas uma luz,
indecifrável,
como um uni-verso,
traduz um re-verso,
escurece as contas e
atmos-feras,
e ilumina a fé
das nossas primaveras.

24 outubro, 2009

Gestor Escolar

O que faz e o que pensa o gestor escolar

Pesquisa mostrou que esses profissionais ainda se preocupam muito mais com a burocracia que com o pedagógico

Os diretores de escolas públicas no Brasil trabalham aproximadamente dez horas por dia. Eles têm, em média, 46 anos de idade - e menos de oito no exercício da função. Em seu cotidiano, as prioridades da agenda são cuidar da infraestrutura, conferir a merenda, vigiar o comportamento dos alunos, atender os pais, receber as crianças na porta, participar de reuniões com as secretarias de Educação e providenciar material. Sobra pouco tempo para conversar com professores, prestar atenção nas aulas e buscar a melhoria do ensino, a meta essencial da escola.

íntegra: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/faz-pensa-gestor-escolar-507667.shtml

download pesquisa: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor_escolar.pdf

Howard Gardner

"O planeta não vai ser salvo por quem tira notas altas nas provas, mas por aqueles que se importam com ele"


Howard Gardner: "É difícil fazer o certo se isso contraria os nossos interesses"

Para o pesquisador norte-americano, autor da Teoria das Inteligências Múltiplas, no século 21 a ética vai valer mais que o conhecimento

íntegra: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/dificil-fazer-certo-se-isso-contraria-nossos-interesses-502609.shtml


mais: http://revistaescola.abril.com.br/

Carreiras Emergentes

Ensino de ciências é a base das carreiras do futuro

Pesquisa realizada pelo Programa de Estudos do Futuro (http://consultoriaprofuturo.com/ ), ligado à FIA ( http://www.fia.com.br/ ), aponta áreas promissoras: meio ambiente, relações internacionais e internet

íntegra: http://noticias.sangari.com/Detalhe.cfm?t=Ensino+de+ciencias+e+a+base+das+carreiras+do+futuro&cod=14411

Veja abaixo as carreiras emergentes apontadas pela pesquisa da FIA:

- Gerente de Eco-relações: profissional que irá se comunicar e trabalhar com consumidores, grupos ambientais e agências governamentais para desenvolver e maximizar programas ecológicos.

- Chief Innovation Officer: interagirá com os funcionários em diferentes áreas da organização para pesquisar, projetar e aplicar inovações.

- Gerente de Marketing e-Commerce: gerencia o desenvolvimento e implementação de estratégias de web sites para vender produtos e serviços.

- Conselheiros de Aposentadoria: profissionais responsáveis por ajudar a planejar a aposentadoria.

- Coordenador de Desenvolvimento da Força de Trabalho e Educação Continuada: coordenador responsável por gerenciar programas para ajudar funcionários qualificados a atingir níveis avançados em suas áreas de especialização.

- Bioinformationists: cientistas que trabalharão com informação genética, servindo como uma ponte para cientistas que trabalham com o desenvolvimento de medicamentos e técnicas clínicas.

- Técnico em Telemedicina: fará parte de uma equipe que oferecerá tratamento médico e diagnóstico para pessoas em áreas remotas.

- Gerente de Propaganda On line: desenvolve, implementa e gerencia a estratégia de propaganda com a utilização de web site.

- Coordenador de Terceirização Offshore: profissional responsável por cuidar que os fornecedores terceirizados estão mantendo determinados padrões, além de prospectar novas oportunidades de terceirização.

- Chief Health Officer: profissional responsável pelo estabelecimento de programas para cuidados com a saúde e reavaliação do sistema de seguros da companhia.

- Especialistas em Simplicidade: profissionais que simplificarão e melhorarão a eficiência da tecnologia da corporação.

- Conselheiro Genético: identificam e dão suporte para famílias que têm membros com desordens genéticas ou aquelas que podem ter o risco de uma variedade de condições predisposições.

- Analistas de Networking: pesquisarão o verdadeiro fluxo de poder dentro de uma companhia.
- Geomicrobiologistas: profissionais que unem geologia, ciências do meio ambiente e microbiologia para estudar como microorganismos podem ajudar a fazer novos medicamentos e limpar a poluição.

- Gerente de Diversidade: executivo responsável por assegurar que nenhum grupo na empresa está sendo tratado com preconceito.

- Coordenador de Experiências Educacionais: criam métodos de aprendizagem que possam ser acessados de diferentes formas - como a Web.

- Age Adviser: conciliarão desacordos entre grupos de diferentes idades dentro das empresas e assegura que cada departamento tem um mix adequado de diferentes gerações.

- Web Producer: desenvolve, implementa e mantém aplicações de web para sites de e-Commerce consistente com a estratégia e imagem da companhia.

- Planejador de Reconstituição de Sistemas: desenvolve, projeta, testa e implementa procedimentos para proteger as atividades dos sistemas de informação no caso de emergências ou desastres.

- Historiador Corporativo: profissional responsável por resgatar projetos, programas, problemas, soluções e resultados da organização.


http://noticias.sangari.com/Detalhe.cfm?t=Ensino+de+ciencias+e+a+base+das+carreiras+do+futuro&cod=14411


mais: http://www.wfs.org/

Colégio Nacional

"A Educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele"

Hannah Arendt



Em palestra proferida no Colégio Nacional, para alunos do 2º ano do Ensino Médio coordenados pelo Prof. Délcio Garcia Gomes, tomei conhecimento do Projeto Ciência e Cidadania/2009, tendo como eixo temático "A Educação e a Cidade". Parabenizo a todos pela iniciativa, e segue abaixo referências de alguns dados relatados na respectiva palestra.

Visitem o Blog: http://educacaoecidade.blogspot.com/

Atenciosamente,

prof. eduardo macedo de oliveira
Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis (PROEX)
Universidade Federal de Uberlândia (UFU)


Síntese dos Indicadores Sociais - 2009 / IBGE
Uma análise das condições de vida da população brasileira 2009

publicação completa:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2009/indic_sociais2009.pdf


PNAD 2008 / IBGE

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2008/default.shtm


Comunicado da Presidência nº 32 - PNAD 2008: Primeiras Análises - Educação, Gênero e Migração / IPEA (http://www.ipea.gov.br/)

http://www.ipea.gov/http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/comunicado_presidencia/09_10_07_ComunicaPresi_32_PNAD2008_educacao.pdf


Comunicado da Presidência nº 30 - PNAD 2008: Primeiras Análises / IPEA

http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/comunicado_presidencia/09_09_24_ComunicaPresi_30_PNAD2008.pdf


Consulta ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB / INEP-MEC

http://ideb.inep.gov.br/Site/
http://portalideb.inep.gov.br/


EDUDATABRASIL - Sistema de Estatísticas Educacionais / INEP-MEC

http://www.edudatabrasil.inep.gov.br/


Sistema de Consulta a Matrícula do Censo Escolar - 1997/2009

http://www.inep.gov.br/basica/censo/Escolar/matricula/


Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (SIOPE)

http://www.fnde.gov.br/home/index.jsp?arquivo=siope.html



Data Escola Brasil (MEC)

http://www.dataescolabrasil.inep.gov.br/dataEscolaBrasil/home.seam


Atlas da Educação ( Secretaria Estadual de Educação / MG )

http://crv.educacao.mg.gov.br/atlas/index.asp


Banco de Dados Integrados - BDI (PMU / Secretaria de Planejamento Urbano)
O BDI é uma coletânea de informações adquiridas por intermédio de segmentos representativos da sociedade, referentes aos aspectos sociais, econômicos, culturais, geográficos e administrativos do Município.

http://www.uberlandia.mg.gov.br/secretaria.php?id=17&id_cg=1603


BDI 2008

http://www.uberlandia.mg.gov.br/home_bdi.php?id=189


Todos Pela Educação

http://www.todospelaeducacao.org.br/


Educar para crescer

http://educarparacrescer.abril.com.br/

23 outubro, 2009

Juramento Supérfluo

Por Eduardo Macedo de Oliveira


Jornal Correio, edição do 21/11/08: ““ Mantenham o corpo parado, não se mexam, ponham os bonés no chão, parem de se mexer a todo instante”, disse o tenente Carlos Alberto de Castro, delegado do Serviço Militar em Uberlândia. Os 1,4 mil rapazes de 18 anos fazem o juramento à bandeira, cantam o hino nacional e saem do pátio do 36º Batalhão de Infantaria Motorizado com o Certificado de Dispensa de Incorporação. [...] Neste ano, a Junta do Serviço Militar de Uberlândia dispensou 1,9 mil candidatos antes mesmo da seleção. Entre os selecionados, 260 ocuparam as vagas no 36º Batalhão e 3.240 receberam o Certificado de Dispensa de Incorporação. [...] O tenente Castro manda relaxar, mexer os pés e os braços, respirar fundo enquanto esperam o comandante do batalhão chegar para a solenidade. Alguns cruzam os braços, é possível perceber até alguns bocejos no meio das filas que se desfazem. O comandante chega e a ordem do tenente volta a fazer as filas se arrumar. “Não quero fila parecendo minhoca”, disse o tenente. Firmes, os rapazes juram dar a vida pela pátria, cantam o hino nacional, recebem os certificados e se vão.[...]”.

Centenas de jovens uberlandenses participaram no dia 16 de outubro, no 36º Batalhão de Infantaria Motorizada (Exército), do juramento à Bandeira Nacional, evento de participação compulsória para a entrega e obtenção do Certificado de Dispensa da Incorporação relativa ao alistamento militar. A "solenidade" aconteceu a partir das 7h30 daquele dia e se estendeu até às 9h. Meu filho, participante da referida "solenidade", teve que se ausentar das suas aulas no ensino médio. Relatou-me que durante a mesma, ao lado dos demais jovens, teve que suportar o sol intenso naquela manhã e permancer em pé e imóvel durante uma hora e meia. Relatou-me a ocorrência de desmaios por parte de alguns participantes, e comentários explícitos de oficiais diante, por exemplo, de jovens portadores de piercing.

Uma pergunta se faz necessária: qual a razão de se retirar jovens das salas de aula, em um momento crítico de suas vidas (Enem & Paies.) e obriga-los a participar de uma "solenidade" desumana, retrograda e inútil, para que os mesmos possam simplesmente receber um documento oficial do Estado brasileiro. Será que "jurando à bandeira" eles serão mais fiéis e engajados à nossa pátria? Será que esta "solenidade", nas condições dadas estabelecidas contribui para uma imagem positiva das Forças Armadas? Creio que não, e sinto-me aliviado pelo meu filho ter sido dispensado, pois a exemplo de uma simples "solenidade" fica claro e evidente que a referida instituição ainda permanece refém de uma ordem estabelecida que se não faz sentido em seus próprios quartéis, quiçá entre a maioria dos nossos jovens.

O sucateamento das Forças Armadas não ocorre somente em termos materiais, mas também em relação à contemporaneidade. Das 22 prioridades aprovadas na 1ª Conferência Nacional da Juventude, realizada em abril de 2008, em Brasília, está o fim do serviço militar obrigatório [http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=33010 ]. Nada mais justo e necessário. E finalizando, concluo que a ordem dada aos jovens “mantenham o corpo parado” é coerente, pois submissão e subserviência foram valores utilizados ao longo da história, em especial, a partir do golpe de 64 e do período sombrio da ditadura em nosso país.

D o i s s

Por Eduardo Macedo de Oliveira


doiss

jovens e um olhar,
uma química a orbitar,
e dois corações a conquistar.

juntos,
suas lágrimas se encontram.
densos,
suas temperaturas se completam.
ternos,
seus segundos se eternizam.
livres,
seus sonhos se aproximam.

dois corações e uma vida,
pulsando por travessias
e emoções,
conquistas e revelações.

06 outubro, 2009

um mar

por eduardo macedo de oliveira


um mar


o silêncio,
um abraço,
e um olhar,
um mar a desvendar.

a palavra,
um destino,
e uma lágrima,
um mar a alcançar.

a busca,
um desejo,
e uma ausência,
um mar a conquistar.

a vida,
um milagre,
e uma chance,
um mar a revelar.

World Teachers’ Day




http://www.unesco.org/en/teacher-education/advocacy/world-teachers-day/


02 outubro, 2009

Orçamento Invisível

Por Eduardo Macedo de Oliveira

Está previsto no parágrafo único do artigo 48 da Lei Complementar nº. 101, de quatro de maio de 2000, que estabelece as normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências:”A transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos”. No artigo 49: “As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade”.
Tenho um hábito diário de realizar pela manhã, a indispensável leitura do Jornal Correio. Na edição do dia 29/09/09, p. A5, através de um informe publicitário da Prefeitura Municipal (PMU), tomei conhecimento de uma audiência pública a ser realizada no Auditório Cícero Diniz, localizado no Centro Administrativo do respectivo poder público. Estranho, pois o convite à população foi feito no mesmo dia de sua realização. Ao pesquisar as edições anteriores do jornal, constatei que não fora informada a referida audiência. Afinal, do que se tratava a mesma? Nada menos a exposição dos projetos de Lei Orçamentária Anual para o Exercício de 2010 e do Plano Plurianual para o Quadriênio 2010 a 2013, em cumprimento da legislação federal. No final do informe da PMU, lia-se “Estamos te esperando”.
Numa cidade de quase 700 mil habitantes, caso 0,5% da população tivesse interesse em participar da referida audiência pública seria impossível realiza-la no auditório, pois o mesmo não teria capacidade de comportar 3.500 cidadãos. Mas como orçamento é um “assunto técnico”, os realizadores do evento tinham a firme convicção que somente alguns compareceriam à mesma. Particularmente, tinha interesse, mas o convite veiculado no Correio no mesmo dia de sua realização impossibilitou-me a participação.
A transparência buscada pela lei não deve ser confundida como mera divulgação de informações. É preciso que essas informações sejam compreendidas pela sociedade e, portanto, devem ser dadas em linguagem clara, objetiva, sem maiores dificuldades, permitindo assim um controle mais efetivo; pois conhecendo melhor as contas públicas, o cidadão terá melhores condições de cobrar, exigir e fiscalizar o poder público.
Infelizmente, a realidade demonstra-nos, por exemplo, que temas como orçamento público, tornam-se invisíveis entre nós, cidadãos comuns. É assunto de tecnocratas, isto é, aqueles que dominam os labirintos das finanças públicas.
Apesar da legislação federal e do esforço da União em disponibilizar os dados financeiros dos poderes públicos, observa-se de um lado, um teatro, e de outro, uma letargia e/ou passividade do cidadão em relação ao seu território, a sua cidade, ao seu habitat. O exercício da cidadania é um mero simulacro, lastreado pela falta de consciência (e compreensão), resultado da ausência e oferta de uma sólida e efetiva educação.
O Poder Legislativo, da mesma forma, carimbará e permanecerá como sempre, subserviente, ratificando o orçamento enviado pelo Poder Executivo. E o pragmatismo autocrático continuará anestesiando a tudo e a todos. Como diria o poeta Zé Ramalho: povo marcado, ê, povo feliz!