"Uma vida não é nada. Com coragem pode ser muito" Charles Chaplin

11 janeiro, 2006

As rodovias do oportunismo

Por Eduardo Macedo de Oliveira


Dirigir um automóvel é um sonho de qualquer mortal. Na adolescência esperamos, ansiosamente, chegar aos 18 anos para adquirir a habilitação. Conquistada a carteira de motorista, ficamos mais ansiosos para realizarmos a primeira viagem.
Seja através dos transportes aéreo, ferroviário ou rodoviário, viajar significa uma espécie de libertação, um misto de descoberta e prazer, mesmo quando o caminho já tenha sido utilizado inúmeras vezes.
Em especial, acessar e utilizar as rodovias em nosso país, lamentavelmente, tornou-se (via de regra) uma aventura indesejável, repleta de armadilhas e riscos. Sem sinalização adequada, com mais buraco que asfalto, isentas de fiscalização ostensiva, tornaram-se habitat ocupado pelos meliantes, à caça de ônibus e os seus passageiros.
Se durante o dia é uma aventura, chovendo ou à noite, requer uma dose inacreditável de coragem.
Tudo bem! É melhor tapar os buracos do que deixá-los como até então (leia-se governos FHC e LULA). Contudo, quantas mortes, seqüelas e prejuízos poderiam ter sido evitados, se tivéssemos lideranças políticas sérias e responsáveis.
Exigem-nos prudência, pagamento pontual dos impostos, automóvel em boas condições de tráfego, cursos e mais cursos, e a contrapartida do governo é de conhecimento de todos: nenhuma.
Eis que os alquimistas do poder idealizaram a "operação remendão", em nossas rodovias. Sem licitação, as empreiteiras estão fazendo a festa. Ops! A "operação remendão" usa empreiteiras que o TCU condenou (Jornal Estado de S.Paulo, p.A4, 10/01/06).
Que oportunismo! Não tenham dúvidas: a estratégia visava a manutenção da barbárie em nossas rodovias, o quanto pior, melhor. No momento exato, poderiam convencer-nos que existe um governo em nosso país. O Brasil é um deserto de homens! Ou de rodovias.