"Uma vida não é nada. Com coragem pode ser muito" Charles Chaplin

04 janeiro, 2006

O poder das corporações

Por Eduardo Macedo de Oliveira


Alguns dados do relatório do Grupo ETC, Oligopoly Inc 2005 (www.etcgroup.org), que monitora as atividades das corporações globais, em especial, na agricultura, alimentação e farmacêutica, revelaram o poder das corporações mundiais.
Em 2004, as 200 maiores multinacionais do planeta concentravam 29% da atividade econômica mundial. As crescentes fusões corporativas significaram a dominação dos mercados através dos oligopólios, com as suas patentes e cartéis. A equação é simples: menos empresas, maiores e com maior porcentagem do mercado. Na agricultura, a Monsanto passou a ser a maior empresa global de venda de sementes, em especial, transgênicas, da qual tem o controle de 90%.
Em agrotóxicos, as 10 principais recebem 84% das vendas globais. São: Bayer, Syngenta, Basf, Dow, Monsanto, Dupont, Koor, Sumitomo, Nufarm e Arista.
As 10 maiores farmacêuticas: Pfizer, Glaxo SmithKline, Sanfi-Aventis, Jhonson & Jhonson, Merck, AstraZeneca, Hoffman-La Roche, Novartis, Bristol Meyers Squibb e Wyeth, controlam 59% do mercado mundial.
As 10 maiores empresas biotecnológicas (dedicadas a subprodutos para as áreas farmacêutica e agricultura) são apenas 3% da totalidade, mas controlam 73% das vendas.
80% das 6 mil fábricas que abastecem a Wal-Mart (supermercadista) estão na China. As vendas desta empresa são iguais à soma dos quatro competidores mais próximos: Carrefour, Metro, Ahold e Tesco.
Globalização é um termo muito difundido atualmente. Seu significado é traduzido nos dados acima apresentados, ou seja, a globalização é simplesmente a concentração do comércio mundial nas maõs de poucas corporações mundiais. Todas as barreiras e impedimentos, implementadas pelos estados nacionais são eliminadas em razão do inigualável poder financeiro destas corporações. Na sombra destas, tornam-se obsoletos a soberania, os direitos trabalhistas e ambientais, os fluxos de capitais, por exemplo.
Diante desta conjuntura, em certas áreas da economia, competividade tornou-se tão somente, uma palavra de motivação para os workshops empresariais. Competir com quem? Não tem mais espaços possíveis. A tendência é que em todas as áreas da economia e do mercado, as grandes corporações dominem irrestritamente o sistema mundial. Viva a globalização, ops! A dominação!