"Uma vida não é nada. Com coragem pode ser muito" Charles Chaplin

12 julho, 2006

Mestre José Olympio

Por Eduardo Macedo de Oliveira


Conhecer pessoas, além de uma necessidade, pode-se tornar um privilégio, uma grata descoberta. Em nossas vidas, inicialmente, conhecemos aqueles mais próximos, nossos familiares. Com o passar do tempo, conseqüência das nossas amplas e diversas relações sociais, descobrimos pessoas consideradas notáveis, brilhantes, especiais e extraordinárias, dotadas de uma distinta bagagem pessoal, cultural e profissional, de uma refinada e indescritível educação, humildade, senso de humor, sensatez e coerência.
Com as mesmas, temos a oportunidade de compartilhar a vida, as experiências, temores, anseios e projetos de vida. Quem dera, cada um de nós, tivéssemos a oportunidade de relacionarmos com pessoas que nos façam crescer e amadurecer, que nos motivam para reflexões maduras e sensatas.
Entre outras, tive a oportunidade de conhecer o José Olympio de Freitas Azevedo. Médico, educador, professor, cidadão, enfim, um notável ser humano, verdadeiro mestre.
Fundador e diretor da então Fundação Escola de Medicina e Cirurgia de Uberlândia, hoje Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU), graduado pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade Brasil, hoje Universidade Federal de Rio de Janeiro (UFRJ), a amizade com o mestre José Olympio despertou-me uma empatia, consideração e respeito.
Brilhante como seus irmãos, Afranio, Marta, Mário Augusto e Chico Humberto, mestre José Olympio é portador de uma rara visão e sensibilidade. Médico, contribuiu para uma melhor qualidade de vida de incontáveis pacientes e, visionário e ousado, projetou aquela que seria considerada um patrimônio da cidade: a escola de medicina. Plantou a semente, e dirigiu com abnegação e dedicação, por vários anos, a referida instituição.
Num momento, em que o país torna-se um deserto de homens, em especial, na esfera pública, conhecer o mestre José Olympio, é uma prova, esperança e motivação, que temos boas e necessárias pessoas para conhecermos. Quem dera, vários olympios estivessem a frente dos projetos e instituições nacionais. Estamos perdendo terreno para a mediocridade, a banalização e a escassez, de valores, de referências e lideranças.
Mestre José Olympio, rendo-lhe uma justa e necessária homenagem. Obrigado pela ousadia, iniciativa e amizade. Se Uberlândia é grande, é porque tivemos gigantes, e, o senhor, é um deles!