"Uma vida não é nada. Com coragem pode ser muito" Charles Chaplin

05 abril, 2006

Alternativas Distantes

Por Eduardo Macedo de Oliveira


No momento em que novos heróis (Francenildo e Marcos Pontes), em distintos espaços, com ou sem gravidade, se destacam no cenário nacional (espacial!); no momento em que o acervo de documentos secretos da ditadura militar, são disponibilizados para pesquisa no Arquivo Nacional; no momento em que presenciamos a destruição da política pelos políticos, temos a sensação que as opções que temos estão ficando escassas e distantes, isto é, estão cada vez mais estreitas as nossas perspectivas e alternativas.
Próximos de uma eleição presidencial, notamos, por exemplo, que os virtuais candidatos apresentam-se com embalagens diferentes, mas que terão destinos semelhantes, pois o eleito, independentemente da legenda, terá uma margem de manobra limitada e estreita, sobrando-lhe tão somente a opção por reformas periféricas, em detrimento da inabalável ortodoxia implementada, por exemplo, na nossa política econômica. Esta, blindada e acima de tudo e de todos, continuará intocável e hegemônica.
Nosso incontrolável passivo social, a atrofia e a desmoralização do executivo, o corporativismo e a descrença no judiciário, a ilicitude e o despreparo do legislativo, revela uma país engessado, insustentável e à deriva.
Diante da conjuntura atual, surge o perigoso vácuo das instituições. Um campo fértil para as injustiças, abusos e malversações. Prosperam-se as máfias, a marginália, o reinado dos meliantes com ou sem colarinho.
Até quando permaneceremos passivos, alienados e inertes diante de tamanha barbárie?