"Uma vida não é nada. Com coragem pode ser muito" Charles Chaplin

06 março, 2006

PSIU! Cadê o Estado?

Por Eduardo Macedo de Oliveira

Extravio de documentos pessoais, uma situação indesejável para qualquer mortal. Tive a infelicidade de encontrar-me em tal situação. Sugestão de uma colega: faça o registro da ocorrência na polícia civil. Ligo no 190, e a policial orienta-me a fazê-lo no PSIU (posto de atendimento público estadual). Pois bem! Chegando lá, retirei a senha para o atendimento.
Pausa. Desde já, quero isentar, irrestritamente, todos servidores do PSIU, em especial, aquela educada e paciente servidora que me atendeu. Eles, como nós, também são vítimas da negligência e omissão do Estado.
Continua. Chamou-me a atenção no recinto, a iluminação e ventilação precárias, os assentos insuficientes e em péssimas condições, um ambiente desagradável, a ausência de acesso aos portadores de deficiência e, obviamente, o número insuficiente de atendentes. Após uma hora, o número da minha senha é mostrado no display. A servidora, a única atendente desde a minha chegada, age paciente e educadamente, apesar do número infindável de pessoas e do atendimento ininterrupto. Instalada num ambiente inadequado e desprovido de qualquer recurso ergonômico, notei o seu cansaço e desconforto.
Um pequeno relato do nosso cotidiano, que reflete o desrespeito, a negligência e o descaso do governo estadual com a nossa população.
Confesso-lhes que tenho temor e desconfiança, toda vez que necessito recorrer aos serviços e atendimentos oferecidos pelo Estado.
Ano de eleições. Creio que o quadro não mudará muito. Permaneceremos financiando os poderes executivo, legislativo e judiciário, para que os mesmos continuem a testar nossa paciência, a desafiar nossos limites e a subestimar nossa inteligência.
PSIU! Cadê o Estado? Ou melhor, onde estão nossos representantes na Assembléia Legislativa Estadual?
O que esperar de um governo estadual que não consegue oferecer um posto de atendimento público decente?
Registro a minha solidariedade aos servidores públicos que, diante da bárbarie, da precarização e sucateamento, teimam em superar as adversidades, em todos sentidos.