"Uma vida não é nada. Com coragem pode ser muito" Charles Chaplin

24 julho, 2006

Gordura TRANS

Por Eduardo Macedo de Oliveira


Na década de 80, a gordura trans, produzida a partir da solidificação de óleos vegetais, um processo químico chamado hidrogenização, começou a ser utilizado em larga escala pela indústria para deixar os alimentos mais saborosos, duradouros e com melhor consistência.
Até então, era tida como uma opção mais saudável à gordura saturada, abundante em carnes vermelhas, leites e ovos. Nos anos 90, começam a surgir os primeiros estudos sobre os malefícios desta substância, em especial, os que relacionavam o seu consumo a problemas cardiovasculares.
Ao contrário do que se pensava, a gordura trans não traz nenhum benefício. Além de aumentar o colesterol ruim (LDL), como a gordura saturada, ela diminui o bom (HDL). Ela não deve representar mais do que 1% das calorias diárias ingeridas. Como exemplo, numa dieta de 2000 calorias diárias, 2,2 g ; presentes em quatro biscoitos recheados ou numa porção de batata frita de fast-food.
A gordura trans está ao lado de outros inimigos do organismo como a gordura saturada (produtos de origem animal e vegetal) e o colesterol, produzido pelo nosso organismo (também presente em produtos de origem animal).
A partir de agosto, a ANVISA (Agência brasileira de vigilância sanitária) exigirá aos fabricantes de alimentos industrializados a identificar e discriminar no rótulo dos seus produtos a quantidade de gordura contida neles.
A combinação sedentarismo com uma alimentação inadequada, gera doenças como a obesidade e as cardiovasculares, cada vez mais precoces.
Precisamos, urgentemente, implementar políticas públicas objetivando educar e sensibilizar a população com programas massivos e permanentes de informação e conscientização sobre cuidados e prevenção.
Por outro lado, os meios de comunicação não podem ficar reféns de interesses comerciais. Anúncios de alimentos comprovadamente contra-indicados deveriam ser evitados.
Mas nada substitui a educação, cada dia mais deseducada em nosso país.
Para finalizar, a questão fundamental refere-se à freqüência da ingestão de alimentos inadequados. O que vale é o dia-a-dia. O fast-food, por exemplo, não é proibido, desde que não seja freqüente. Alimentar também é um ato de prazer, afinal somos seres humanos!