"Uma vida não é nada. Com coragem pode ser muito" Charles Chaplin

20 outubro, 2005

Água tratada, consumo sustentável?

Por Eduardo Macedo de Oliveira

O consumo diário de água tratada per capita (por habitante), em nossa cidade, é 250 litros acima dos 120 litros recomendados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Este dado, publicado no jornal CORREIO (p. B-3, 14/09/05), aponta-nos várias hipóteses (e temíveis conseqüências). Para explicá-las, basta observar, por exemplo, quotidianamente nas vias públicas, pessoas utilizando água tratada de forma inconsciente (para não dizer irracional). Não tenham dúvida, caso não consigamos reverter nossa postura em relação ao consumo diário de água tratada, em breve ocorrerá um colapso no sistema de abastecimento, em especial, naquelas épocas do ano caracterizadas pelo clima seco. O que devemos fazer? Quais as diretrizes políticas, legais e tecnológicas a serem implantadas? Quais os papéis dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e da sociedade organizada?
A demanda por água tratada é desproporcional à oferta da mesma. Estamos crescendo desordenadamente. Água é vida, é cidadania, garante a civilização, é questão de saúde, sustentabilidade e de segurança. Sua oferta e preservação, desde os nossos rios e nascentes até a torneira, requer ações urgentes, educativas, preventivas e planejadas.
É um assunto que há muito tempo encontra-se subestimado. Temos que enfrentá-lo continuamente com firmeza, severidade e rigor (é uma política de Estado), pois, ao contrário, caso persista o uso irracional e inconseqüente deste bem, em curto tempo, estaremos vulneráveis a tal ponto de inviabilizar a existência de nossa cidade ou, na pior das hipóteses, ser motivo de desequilíbrio, disputa e insegurança social.
Não temos saída ou aprendemos a consumir de forma sustentável e responsável ou estaremos diante de um progressivo esgotamento ambiental, colocando em risco, irreversivelmente, nossa simbiose social. Tornamo-nos inteligentes quando reconhecemos nossa ignorância.

Artigo publicado no Jornal Correio, p. A2, 20/10/2005