Drogas são drogas
Por Eduardo Macedo de Oliveira
O britânico sir Richard Doll, o primeiro cientista a estabelecer uma relação entre fumar e câncer de pulmão, morreu dia 24 de julho, aos 92 anos. Através das suas pesquisas científicas publicadas em 1950, descobriu-se que o hábito afeta significativamente e de forma crescente a saúde humana. O cientista forneceu a base de toda política pública no combate ao fumo no mundo, ao revelar a natureza mortal do uso do cigarro (na época, 80% dos britânicos fumavam; hoje, só 26%).
Passados 55 anos, os avanços científicos ratificaram irrestritamente e de forma mais contundente, os males provocados pelo hábito. Entretanto, o assédio da indústria do fumo continua atraindo milhões de pessoas, tornando-as dependentes e afetando potencialmente a saúde dos mesmos.
O cigarro e as bebidas alcoólicas são consideradas drogas lícitas [?!] Ora, toda droga é droga, seja lícita ou não. Ambas, causam dependências e destróem vidas.
Muito obrigado sir Richard Doll, suas pesquisas salvaram milhões de pessoas. Hoje, o problema refere-se ao poder econômico e o político. As restrições à publicidade e ao comércio de cigarros, como também de bebidas alcoólicas, são objetos de uma disputa incessante. Alguns países foram mais rigorosos e determinantes em relação aos mesmos.
As pesquisas continuam, outras descobertas virão e nos surpreenderão. O que dizer, por exemplo, dos organismos geneticamente modificados, os alimentos transgênicos. Entre o comércio e a restrição dos mesmos, a ambição, mais uma vez, está superando a prudência, ou seja, o ser humano tornou-se, dramaticamente, apenas um detalhe no processo. Ao poder econômico, via de regra, interessa o comércio de novos produtos, serviços e tecnologias, mas a competividade predatória e a busca insaciável de lucros, fundamentos para a sua existência, desconsideram o que é realmente indispensável, necessário e benéfico ao ser humano. Registra-se a apropriação crescente dos centros de pesquisas pela iniciativa privada, que tornam-se reféns dos interesses dos monopólios e grandes corporações. Permanecemos atentos!
Prof. Eduardo Macedo de Oliveira
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