"Uma vida não é nada. Com coragem pode ser muito" Charles Chaplin

05 agosto, 2005

Caneta e papel: a mídia do futuro

Por Michel Metzger

Após uma década de uso cada vez mais acelerado de computadores, internet e toda sorte de equipamentos lançados diariamente, estamos começando a colher resultados inesperados.
Acordei para este paradoxo quando vi alguns heavy users, aqueles caras que ficam colados num computador a maior parte da vida, retratados numa pesquisa que mostra a velha dupla caneta e papel como alternativa à Palm e outros meios eletrônicos de organização pessoal.
Esta pesquisa foi realizada pelo site Life Hacker especializado em "truques para vida" que vão desde como escolher sapatos para caminhadas até avaliação dos últimos gadgets eletrônicos. Um dos temas freqüentes é o GTD, sigla em inglês de Geting Things Done(é algo como "fazendo as coisas acontecerem"), baseado no livro de mesmo nome de David Allen que mostra o caminho das pedras na organização das milhares de coisas que a gente tem que fazer cotidianamente.
O livro, entre outras coisas, resgata o papel como elemento a ser organizado e também organizador. Assim, por mais estranho que pareça, esta metodologia colou numa parcela das comunidades de programadores e webdesigners. O principal argumento para o uso da caneta e do papel por esse pessoal é de que a tela do computador é muito dispersiva, e a internet então, um prato cheio para que de link em link a gente esqueça completamente o que está fazendo. Nada mais natural então encontrarmos alguma coisa "fora" do computador como instrumento de organização. O legal desta história é que novos experimentos tecnológicos vão surgindo. Um que tenho curtido bastante é o Hipster PDA, uma Palm feita de cartões ligadas por um clips.
De toda forma, seja através do Hipster PDA ou de um pedaço de papel rabiscado ao longo do dia, vai ficando claro uma característica e limitação dos novos meios digitais: a hiperdose; são muitas informações, muitos links, muitos sons, muitas idéias, tudo muito. Nesta situação o papel e a caneta podem dar uma moldura focada e não dispersiva do nosso caos constante. Porém, esta é apenas uma solução provisória.
É possível que uma nova geração mutante consiga administrar de forma plena a hiperdose digital através de ferramentas puramente digitais. Alguém se habilita?

fonte: http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=82b0b1ac0af4701001722456b06adf8b
acesso em 05/08/2005